segunda-feira, 16 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO DIA DO ESTUDANTE



Os Professores realizaram, no dia 11 de agosto, sua homenagem aos estudantes.
A "Escolinha Divertida" foi encenada pelos profissionais como forma divertida de mostrar aos estudantes a sala de aula e seus momentos típicos no dia a dia da escola.

A sociedade da cooperação

Mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília, professor e advogado, Hermes Zanetti foi o deputado federal constituinte que garantiu o voto aos 16 anos. Em sua obra “Juventude e Revolução” (Brasília: Edunb, 2001), Zanetti fala sobre o que ele chama de sociedade da cooperação: “essencialmente democrática, pois todos definem os rumos que servirão a todos e todos ajudarão a construir o tipo de sociedade que beneficie a todos”. Para ele, essa é a essência da democracia, pois “concilia liberdade com igualdade, que é o resultado do trabalho e da cooperação de todos. Isso possibilitará a sobrevivência do homem no planeta”.
Pois retornamos do recesso de julho inspirados nesta perspectiva da construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais solidária e fundamentalmente mais democrática, reiniciando o trabalho com as turmas de 7ª série com uma dinâmica de grupo. Divididos em quatro grupos, munidos de um papel pardo (aquele que sempre nos salva...), canetas e criatividade, aos estudantes se propôs uma brincadeira. Nela, estariam em seu último dia de vida e teriam como missão deixar uma mensagem para aqueles que sobreviveriam. Portanto, deveriam deixar mensagens que os incentivassem a construir uma sociedade (e/ou mundo) melhor, sem violência, sem guerra, sem poluição.
Poderiam desenhar ou escrever qualquer coisa, sem restrições, pois os cartazes não ficariam expostos. Como dica aos grupos: que sentimentos deveriam predominar neste novo mundo a ser criado?
Há sempre os salientes. E há sempre suas contribuições cômicas. Mas como pensar uma sociedade da cooperação, que é essencialmente democrática, com censura? Portanto, sem restrições, sem margens, sem linhas retas, sem disciplinas, sem ordem... Apenas a criatividade, fluindo na velocidade das emoções, dos sentimentos, das vontades, da livre expressão de visões de mundo em formação.
Terminados os cartazes, foram convidados a mais um exercício de imaginação: um círculo no centro da sala representaria o navio no qual cruzariam o oceano gelado. A cada grupo um bote, para o caso de colisão com algum iceberg. Os botes eram os cartazes recém por eles mesmos produzidos. Mas o grupo não recebeu o seu cartaz (bote), e sim o do outro. O navio afundou, todos aos seus botes! Cinco ou seis sobreviventes por bote. Capacidade máxima! Não pode pisar no chão! O chão já não era chão. Era água. E a imaginamos gelada.
A missão era a seguinte: ler a mensagem escrita no bote-cartaz. Primeiro complicador: Não poderiam pisar fora do bote-cartaz. Segundo complicador: A mensagem estava virada para o lado de baixo. Como virar? Melhor: como virar sem pisar fora? Avisei, de antemão: as tentativas de virar o bote-cartaz com todos em cima não dariam certo. Como fazer então, sem sair de cima?
A resposta veio em forma de pergunta: o que é solidariedade? Foi somente com um barco ajudando o outro que puderam virar os cartazes e ler a mensagem. Subiam todos para um bote só – e foi por isso que uma aluna foi advertida a não cortar uma tira do cartaz que estava sobrando. Cada centímetro de papel pardo foi ocupado, pois agora já não eram cinco ou seis, eram dez ou doze em cima do mesmo cartaz. Um último integrante do grupo ficava em cima do cartaz, para então virar a mensagem para cima. Na seqüência, todos retornavam trazendo consigo os integrantes do outro grupo, para que também pudessem virar o seu bote-cartaz.
Feito isso, todos salvos. Perceberam, num exercício, que a solidariedade, a fraternidade, a cooperação, são fundamentais para a vida. Enfim, que sentimentos deveriam predominar nesse novo mundo? A felicidade, o amor, a amizade, a gentileza... Que novas posturas? O auxílio aos necessitados, o cuidado com a natureza, a tolerância... Posturas e sentimentos para a construção de uma sociedade, de um novo mundo a ser construído: o deles. O nosso.