quinta-feira, 23 de setembro de 2010

NOVOS HÁBITOS DE ESTUDOS

Estamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como escolher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?
Uma excelente matéria publicada no jornal New York Times analisou as descobertas mais recentes em hábitos de aprendizado e descobriu muitos resultados surpreendentes que podem ajudar qualquer pessoa, desde uma criança aprendendo a fazer contas, a um idoso aprendendo um novo idioma. Muitas destas descobertas contradizem a sabedoria popular, como por exemplo, ao invés de manter apenas um local de estudo, simplesmente alternando a sala onde a pessoa estuda aumenta a retenção.
De acordo com o autor da pesquisa que descobriu esse aumento de retenção ao se alternar o local de estudo, o cérebro faz associações sutis entre o que se está estudando e as sensações exteriores naquele momento, independentemente dessas percepções serem conscientes. Forçar o cérebro a fazer múltiplas associações com o mesmo material pode, na verdade, dar a essa informação mais relevância neural.
Pegue a noção de que crianças têm estilos específicos de aprendizagem, que alguns são “visuais” e outros “auditivos”; alguns são alunos que usam o “lado esquerdo” e outros o “lado direito” do cérebro. Numa recente revisão das pesquisas relevantes, publicada no jornal Psychological Science in the Public Interest, uma equipe de psicólogos descobriu quase nenhum fundamento para tais ideias.
Variar o tipo de material estudado numa única sessão de estudos – alternando, por exemplo, entre vocabulário, leitura e conversação de um novo idioma – parece deixar uma impressão mais profunda no cérebro do que se concentrar apenas em uma coisa de cada vez. Muitos atletas também costumam também misturar seus treinos com séries de força, velocidade e habilidade.
Cientistas descobriram que o estudo espaçado de um assunto – uma hora hoje, uma hora no final de semana e uma hora daqui a uma semana – melhora a capacidade de recordar esse assunto. Uma explicação é que o cérebro, quando volta naquele material num outro dia, precisa reaprender um pouco daquilo que ele havia esquecido e esse processo, em si, reforça o aprendizado.
Essa é uma razão pelo qual os cientistas julgam que os testes – ou provas simuladas – são ferramentas poderosas de aprendizagem, além de meramente ferramentas de avaliação. O processo de se extrair uma ideia parece fundamentalmente alterar a forma com que a informação é armazenada subsequentemente, tornando-a bem mais acessível no futuro.
Nada sugere que somente essas técnicas – alternar ambientes de estudo, misturar conteúdo, espaçar as sessões de estudo, fazer testes – resolverão os problemas de aprendizado, pois a motivação também importa muito. Mas, pelo menos, essas técnicas oferecem aos pais e estudantes um plano de estudo baseado em evidências, e não em sabedoria popular ou teorias vazias.
Vale lembrar que a forma como aprendemos importa não só para retermos eficientemente algumas informações para as diversas tarefas que executamos todos os dias, mas também porque o aprendizado induz mudanças neuroplásticas no cérebro que, consequentemente, pode aumentar nossas reservas funcionais e nossa saúde.

FONTE: http://www.cerebromelhor.com.br/novidades.asp

EXERCITANDO O CÉREBRO

QUER MELHORAR SUA CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO? EXERCITE SEU CÉREBRO: CONFIRA!
Se você deseja melhorar as capacidades do seu cérebro, ou simplesmente mantê-las bem, o melhor remédio é... usar o cérebro. Como o cérebro possui várias regiões diferentes, cada uma responsável por uma habilidade específica que melhora com a prática, quanto mais você usa uma habilidade específica, melhor ela fica. Como são várias, e complementares, as habilidades cognitivas, não há um único exercício completo, ou suficiente, para exercitar todas as habilidades do cérebro ao mesmo tempo. Portanto, prática diversificada é fundamental. Quanto mais variadas são as formas como você usa seu cérebro, mais completo é o exercício para ele.

O Cérebro Melhor lhe oferece uma variedade de jogos divertidos, com muitas opções e diferentes graus de dificuldade, para você exercitar várias das suas capacidades cognitivas, em combinações diferentes: sua memória, atenção, linguagem, raciocínio lógico e visão espacial.

Nesta página você pode selecionar os jogos por categorias ou ir direto ao jogo – o que preferir. Se for assinante, pode também consultar seu Instrutor Virtual para uma sessão personalizada de exercícios!

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A PRIMAVERA CHEGOU!



"Chega a Primavera, e com ela o espetáculo do desabrochar das flores que comprova:
Vale a pena cultivar o melhor e florescer para a vida."


Fonte:http://www.pensador.info/poesia_sobre_a_primavera/3/

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A MÁGICA DO TEMPO




O movimento do tempo faz com que a gente perceba que tudo é mutável. A moda, os costumes e até a linguagem vão se transformando, como se os sabores da vida tivessem de ser testados ao longo dos anos.

Nas décadas de 60, 70, os jovens lutavam para garantir a sua individualidade. ‘Ninguém vai saber da minha vida’, era o brado forte que se ouvia. Vai falar isso hoje? Foto, vídeo – tudo o que você faz pode ser documentado. Privacidade???? O que é isso, companheiro?

Outro fato que me chama a atenção nesses novos tempos é o contra-senso que se deu na diferença de idade, hoje em dia vivemos um estranho fenômeno: os velhos estão mais jovens, enquanto as crianças ficaram mais adultas.

O avanço da ciência fez aumentar a expectativa de vida, 50 anos pode ser considerado um jovem adulto, de 60 a 75, um adulto. A palavra idoso não combina mais. Idoso é quem tem idade, portanto eu poderia entender que após fazer um ano, todos são idosos, porque tem idade...

Lingüística à parte, as crianças também estão estranhas, tão adultas!... Cadê a ‘amarelinha’, ‘escravos de jó’? Que nada, elas estão nas páginas de conteúdo dos mais diversos sites (que medo...), sabem tudo, discutem de igual para igual... Você já reparou como as crianças de hoje parecem mais sérias? Estressadas? Cheias de compromissos e horários?

E lá está o mais velho, feliz, sem stress, sem pressa e com tempo para ver o caminho que a joaninha vai escolher no jardim. De repente ele se depara com a criança adulta e pode mostrar a ela essa mágica do tempo. E quando a criança comenta algo moderno que descobriu nas páginas da internet, o velho jovem surpreende mais uma vez, porque ele também domina a máquina, mas com mais experiência, entende melhor o significado de tudo.

Agora você deve se perguntar: mas cadê o pai dessas crianças? Eles estão tão ocupados!... Imagine você que há uma vaga para se almejar na empresa, um novo colega de trabalho que tenta tomar o lugar do outro, tem conta pra pagar, diarista para ajustar na casa, supermercado para fazer, um curso para melhorar o currículo...

São tantas as preocupações dos pais que acabam ficando no meio da criança adulta e do jovem velho, sem se dar conta do que acontece entre eles.

E o que tem acontecido pode ser a grande salvação da família: os mais velhos muito próximos dos mais novos. A troca de experiência e o tempo que eles têm faz com que a relação tenha um ambiente de afeto e responsabilidade muito maior. A obrigação de educar dá lugar a ação de amar. Afinal, é indiscutível que a maturidade faz com que se ame com maior qualidade, sinta a vida de forma mais leve e consiga transmitir a certeza de que podemos ultrapassar os problemas que surgem em nossos caminhos.

Minha vivência com a minha avó foi exatamente assim. Ela me emprestou sua experiência e eu emprestei a ela minha juventude. Juntas nós fizemos uma parceira de vida deliciosa. Para todas as minhas dúvidas, ela tinha uma história pra contar e depois o seu colo, e também o seu carinho. Foram tantos os momentos, tantas as histórias que acabo de escrever o livro “Histórias que podem mudar sua vida”, onde reúno, a cada capítulo, um momento de aprendizado que guardei no coração.

Especialmente hoje, mais do que em qualquer outro dia, lembro-me dela com saudade, afinal é no dia 26 de julho que se comemora o Dia dos Avós, uma homenagem da igreja católica à Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus. A data provoca uma lembrança, como gosto de saudade boa, do bolinho de chuva, do café novo e de muitas conversas.

E eu lhe convido a essa reflexão do tempo e da importância da família. Uma reflexão que não nasce no pensamento, mas no coração, nas lembranças da infância, do medo de crescer e da alegria a cada aprendizado. Eu lhe convido para viver um pouco mais as suas recordações e encontrar nelas e encontrar nelas o que há de especial na sua ancestralidade, na sua história.

Não importa em que ponta da vida você está, se mais novo, se mais velho... importante é tentar essa troca de experiências. Acredite, você vai se surpreender! Pega o telefone agora! Liga. Se você é o avô ou a avó da história, aproveite hoje para falar com seus netos. Se você está na posição de neto, ligue para os seus avós, melhor ainda, vá visitá-los, dê um beijo especial nessas figuras tão boas da nossa vida.

Ellen Dastry

Fonte:http://www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo787.shtml

21 - DIA DA ÁRVORE


No dia 21 de setembro comemora-se o dia da árvore, e a escolha da data originou-se em razão da chegada da primavera. Mas antes da escolha dessa data, acontecia no país, na última semana de março, a festa Anual das Árvores, instituída pelo presidente Castelo Branco, a partir de 1965.
Mais adiante, a árvore ganhou um dia especial em virtude de sua importância para a vida humana e também com a chegada da primavera, onde ganham nova vida, abrem lindas flores que dão origem a novas árvores.
Com a chegada da primavera podemos ver as cidades mais alegres, pois essas se enchem de flores de todas as cores.
Muitos pensam que a árvore que simboliza o Brasil é o pau-brasil, em razão do nome, mas esse título cabe ao ipê amarelo, uma das cores que representam o nosso país. O pau-brasil encontra-se em extinção, pois foi muito contrabandeado por ser uma madeira de cor avermelhada e de aparência nobre. Além dessa, o jacarandá, o mogno e o pinheiro também se encontram nas mesmas condições de extinção.
As árvores são plantas que possuem um caule lenhoso e são constituídas por raiz, caule, folha, flor, fruto e sementes. São elas que nos fornecem o ar que respiramos, além das frutas e outros tipos de alimentos; a madeira para construção de móveis, casas, objetos decorativos, cercas; também fornecem remédios; celulose, matéria-prima para a fabricação de papel.
Em face da vida moderna e do aumento da população mundial, às necessidades dos homens em construir novas moradias e melhorar suas condições de vida, as árvores acabaram sendo alvo de destruição, pois grandes áreas foram desmatadas para a construção das cidades.
O contrabando de madeiras também fez com que grandes áreas fossem destruídas, principalmente na floresta amazônica, onde o acesso a outros países é mais fácil e próximo. Os prejuízos seriam menores se fossem plantadas novas árvores nos lugares das devastações, mas o tempo que levam para crescer é muito grande.
O homem precisa ter consciência de que as plantas também são seres vivos e que levam tempo para se desenvolverem. Uma árvore leva longos anos para ficar bem desenvolvida e algumas são tão velhas que são tombadas como patrimônio histórico, devendo ser preservadas.

Jussara de Barros
Equipe Brasil Escola

FONTE: http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-da-arvore.htm


domingo, 19 de setembro de 2010

SEMANA DO TRÂNSITO


A redução das lesões e mortes no trânsito é um desafio mundial. Mais de um milhão de pessoas de todas as nações são vítimas fatais de acidentes de trânsito. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cinco fatores que causam o maior número de mortes e lesões no trânsito entre os quais está a não utilização do cinto de segurança.
No Brasil, em 2008, de acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), 88% dos ocupantes dos bancos dianteiros de veículos automotores utilizam o cinto de segurança. Provavelmente, este comportamento reflete ações de educação e fiscalização de trânsito que mobilizaram os cidadãos de forma eficiente. Prática de notável relevância para segurança do trânsito brasileiro haja vista que o uso do cinto pelo condutor e pelo passageiro do banco dianteiro reduz em 50% o risco de morte em uma colisão de trânsito.
Apesar disso,o mesmo estudo realizado pela SBOT indica que apenas 11% dos passageiros utilizam o cinto no banco traseiro. O risco de morte de um condutor utilizando o cinto de segurança, como resultado de um passageiro do banco traseiro sem cinto, é cinco vezes maior do que seria se esse passageiro estivesse retido pelo cinto.
Os acidentes de trânsito representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Em 2008 foram registradas 22.472 vítimas não fatais de acidentes de trânsito, com idade entre 0 e 12 anos de idade e 802 vítimas fatais de mesma faixa etária (Dados Denatran).
Dentre estes acidentes de trânsito, estão os que vitimam a criança na condição de passageira de veículos. Neste caso é exatamente o uso do dispositivo de retenção, popularmente conhecido como bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, que pode diminuir drasticamente as chances de lesões graves – e de morte – no caso de uma colisão.
O uso do cinto de segurança não é a forma mais segura para transporte de crianças em veículos, pois foi desenvolvido para pessoas com no mínimo 1,45 de altura. Por este motivo é necessário o uso de um dispositivo de retenção adequado às condições da criança.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) realizou um levantamento de dados constituídos a partir da pesquisa “A balada, a carona e a Lei Seca”, realizado em 2009, em seis capitais brasileiras, onde registrou que apenas 2 em cada 10 jovens do ensino médio usam SEMPRE o cinto de segurança.
Nesse sentido, trabalhar pela utilização do cinto de segurança e dos dispositivos de retenção adequado às condições da criança é um desafio; um compromisso a ser assumido por todos os profissionais da área. Além de diminuir a taxa de mortalidade em acidentes, o cinto de segurança reduz a severidade das lesões sofridas pelos ocupantes do veículo em uma colisão. Acrescenta-se ainda que o cinto previne a ejeção de condutor e passageiros do veículo, comum em capotamentos. De acordo com o American College of Emergency Physicians, 44% dos passageiros que viajavam sem cinto e que morreram foram ejetados, parcial ou totalmente, do veículo.
Importante considerar que a prevenção de mortes e lesões no trânsito a partir da utilização do cinto de segurança impacta diretamente nos custos hospitalares e demandas de reabilitação.
O tema “CINTO DE SEGURANÇA E CADEIRINHA”, da Semana Nacional de Trânsito de 2010, possibilitará que os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito promovam, à população em geral, ações de segurança a partir de um aspecto pontual. É uma oportunidade para suscitar reflexões, incentivar discussões e criar atividades que explorem com profundidade a real importância e necessidade do uso do cinto de segurança e dos dispositivos de retenção adequado às condições da criança.

ALFREDO PERES DA SILVA
Presidente do Contran e Diretor do Denatran

Fonte: http://www.denatran.gov.br/campanhas/semana/2010/snt2010.htm

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Assim não dá! Abrir mão da letra cursiva e da legibilidade


Muitos professores, cansados de se esforçar para entender a letra de alguns alunos, sobretudo a cursiva, acabam por pedir que a turma escreva com letra de fôrma. O problema da falta de legibilidade pode começar a ser atacado já no fim do 1º ano do Ensino Fundamental. Nessa fase, vários alunos já são alfabéticos e podem aprender a escrever com a letra de mão, com a qual não estão familiarizados. Um dos caminhos é começar pela escrita do nome e do sobrenome do aluno. Vale organizar também atividades que envolvam a redação de cartas, afinal escrevê-las pressupõe a existência de um leitor que deverá entender o texto.

O importante nesse aprendizado, que segue pelo 3º e 4º ano, não é só a conquista de uma letra legível mas também a aquisição de rapidez na escrita. O objetivo - e isso deve ser exposto aos pequenos - é aprender outra forma de escrever para ganhar agilidade nas anotações. Além disso, a letra cursiva tem lugar fora da escola. Mas alguns estudantes precisam de ajuda para grafar determinadas letras e suas junções na forma cursiva, como é o caso do do "vr" e do "h". Eles deverão se exercitar, mas esse treino não precisa tomar a página toda de um caderno, seja ele de caligrafia ou não.

Essa habilidade não é inata e, às vezes, o professor deverá mostrar como se faz. Assim que as crianças conquistam a escrita alfabética, passam a querer escrever com a letra cursiva. Com algum treino, em pouco tempo, todas aprendem o traçado.

FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/assim-nao-abrir-mao-letra-cursiva-legibilidade-546802.shtml



domingo, 5 de setembro de 2010

O que é preciso saber para fazer uma divisão?

Se você respondeu que para fazer uma divisão é preciso conhecer a tabuada e as outras três operações elementares – adição, subtração e multiplicação –, acertou... Em parte.

Para Miguel e Miorim 1 (1986), essa operação é a que mais apresenta dificuldade não só para quem ensina, mas, principalmente, para quem aprende.

Neste artigo pretende-se mostrar, por meio dos conceitos relacionados à operação de divisão, a veracidade da afirmação anterior e sugerir uma organização do planejamento da divisão nos anos iniciais da escolaridade básica.

Antes de tudo, deve-se considerar que a lista de conceitos presentes no início deste texto responde à questão que o intitula, quando a divisão é concebida exclusivamente como uma técnica operatória. Porém, há muito mais conhecimento relacionado ao conceito divisão.

Primeiramente, é fundamental que o professor proponha aos seus alunos atividades envolvendo o significado da divisão em matemática, em contraposição aos significados construídos em situações do cotidiano.

Geralmente, parte-se do pressuposto de que relacionar divisão e dividir em partes iguais já é do domínio de todos os alunos, e não se exploram as divisões espontâneas naturalmente realizadas pelas crianças em suas interações sociais. Nessas divisões, nem sempre o todo é dividido em partes iguais e nem sempre o resto deve ser menor que o divisor.

Relacionado ao significado da divisão em matemática, é essencial também propor atividades cujo objetivo seja a natureza do todo a ser dividido: contínuo ou discreto. De acordo com Miguel e Miorim (1986): “(...) um todo é discreto quando é formado por um número finito de elementos (conjunto contável ) e admite, teoricamente, que não podem ser quebrados” e “um todo é contínuo quando é formado por um número infinito de elementos (pontos) e admite, teoricamente, divisibilidade infinita (...) (p. 45).

Sendo assim, um grupo de pessoas é um exemplo de um todo discreto, enquanto um retângulo é um exemplo de um todo contínuo.

A natureza do todo interfere no ato de dividir, como, por exemplo, um grupo de 15 pessoas só pode ser dividido em 1, 3, 5 ou 15 partes iguais, enquanto um pedaço de barbante pode ser dividido, teoricamente, em qualquer número de partes iguais.

Outro aspecto relevante para a aprendizagem da divisão envolve as duas idéias relacionadas à divisão: a idéia de repartir e a idéia de medir; que se relacionam a diferentes contextos de problemas.

A primeira dessas idéias ocorre em problemas em que é necessário dividir igualmente certa quantidade de objetos entre determinado número de grupos e se deve encontrar quantos objetos ficam em cada grupo e quantos restam. Um exemplo simples disso é o problema: Distribuindo 108 figurinhas entre 3 crianças, quantas figurinhas recebe cada uma delas?

Por sua vez, a idéia de medir ocorre em situações em que é preciso dividir igualmente determinada quantidade de objetos, em grupos, sabendo-se quantos elementos comporão cada grupo, precisando-se encontrar quantos grupos são formados e quantos objetos sobram ao final. Por exemplo: Quantos pacotes, com 3 figurinhas cada um, são feitos com 108 figurinhas?

Dependendo da abordagem dada à operação de divisão, os alunos resolvem somente problemas envolvendo a idéia de distribuir, porém é a idéia de medir que dá significado às divisões do tipo 20 ÷ 2,5, quando se propõe, por exemplo, o problema: Quantos pedaços de barbante de 2,5 m de comprimento é possível fazer com 20 m de barbante?

Deve ser considerado também o papel que o resto desempenha em um problema de divisão, e as três situações a seguir ilustram a importância e os diferentes significados que o resto da divisão pode ter:

1) Juliana tem cinco barras de chocolate que precisa dividir igualmente com seu irmão. Qual é a quantidade de chocolate que cada um receberá?

2) A gata de Juliana teve cinco gatinhos que ela deseja distribuir igualmente a quatro crianças na rua. Quantos gatinhos cada criança ganhará?

3) Um pequeno barco faz a travessia de pessoas de uma margem à outra de um rio. A cada viagem ele leva apenas duas pessoas além do barqueiro. Quantas viagens o barco deve fazer para levar sete pessoas até o outro lado?

Em função dos múltiplos aspectos e idéias envolvidos na divisão, constata-se que a introdução prematura de uma técnica operatória sem associá-la ao conceito de divisão no sentido da matemática e às propriedades que relacionam os termos de uma divisão entre si pode-se constituir em um sério obstáculo para a compreensão da própria técnica operatória. Por esse motivo, as atividades de introdução da divisão devem ser orientadas para a aprendizagem dos significados e relações citados até aqui.

No entanto, a própria técnica operatória pode e deve ser cuidada para ganhar significado e se tornar um instrumento utilizado pelo aluno com controle sobre a melhor e mais prática forma de fazê-lo.

Para isso, iniciar a técnica da divisão pelo algoritmo americano, relacionando as etapas desse procedimento com as tabuadas e com o cálculo por estimativa, tem a vantagem de introduzir a técnica em estreita relação com as idéias da divisão e com o significado do resto.

O algoritmo americano permite ao aluno maior controle do resultado e evita erros muito comuns, como as dificuldades encontradas quando há zeros intercalados no dividendo ou no quociente.

A estimativa em cada etapa do algoritmo americano e a estimativa do quociente como um todo mostram que a passagem do algoritmo americano para o convencional, baseado na decomposição do dividendo nas ordens do sistema de numeração, se torna muito natural para o aluno, pois ele compreende o significado do que está sendo feito e passa a optar pela forma mais prática de cálculo em cada situação.

A conta de dividir em si mesma, apesar de parte importante para aprender a divisão, mostra que o ensino deve-se estruturar para que, ao chegar o momento da técnica, o aluno tenha refletido sobre todos os aspectos envolvidos.

O que é preciso para saber fazer uma divisão não é uma questão simples nem para o aluno nem para o professor, mas que pode ser bem equacionada com um bom planejamento das ações em função de cada idéia e conceito necessários para aprender significativamente essa operação.

Humberto Luis de Jesus
Maria Ignez Diniz - Coordenadora do Mathema

1 Miguel, A., Miorim, M. Â. O ensino da matemática no primeiro grau. São Paulo: Atual, 1986.